Com júri marcado em João Pessoa, advogado nega que marido tenha assassinado Priscila Vanessa e aponta erros de perícia

A defesa de Carlos Eduardo, acusado de matar a nutricionista Priscila Vanessa, aponta uma série de erros na perícia e na investigação que resultou na denúncia contra o seu cliente. Priscila Vanessa Lins Mendonça, de 35 anos, foi encontrada morta dentro de casa, com um tiro no ouvido, na madrugada do dia 18 de julho de 2016, no bairro Muçumagro, em João Pessoa.

O júri popular está marcado para o próximo dia 10 de outubro. Priscila Vanessa tinha um relacionamento de mais de 10 anos com Carlos Eduardo, na época da sua morte.

Para o advogado de defesa de Carlos Eduardo, Yuri Herculano, em contato com o ClickPB, “a perícia no local de crime não fez a trajetória da bala, não fez a dinâmica das manchas de sangue e não foram fornecidas à defesa as fotos em mídia digital, apenas na véspera da audiência foram enviadas algumas fotos à defesa”, conta ele apontando o que chama de “uma série de irregularidades” na perícia.

A defesa do acusado aponta fragilidades na tese de que ela teria sido assassinada pelo marido, o professor de informática Carlos Eduardo Ferreira Filho. Segundo o advogado, características básicas da cena do crime teriam sido ignoradas durante a perícia, de maneira equivocada, além de haver divergências também nos laudos oficiais do projétil de bala.

O advogado acionou um assistente técnico para dar suporte à defesa. “Podemos ver incoerências na tese de acusação inclusive, inicialmente, na perícia oficial, quando houve divergências entre o legista e o perito criminal nos laudos oficiais”, afirma o perito médico forense Antônio Nunes, assistente técnico da defesa. Ele destaca, por exemplo, o que a defesa chama de inconsistências nas características apontadas dos formatos do orifício de entrada e saída do projétil, além de terem sido ignoradas características da cena do crime, como gotas de sangue, objetos encontrados no local e angulação da arma.

Para Yuri Herculano, laudos apontam diferentes ângulos de entrada e saída da bala no corpo de Priscila, o que seria um erro da perícia na versão do advogado.

O advogado de defesa do caso, Yuri Herculano, ressalta ainda a ausência de testemunhas que apontassem qualquer tipo de comportamento violento entre o casal. “Toda a acusação se baseia em uma análise pericial precipitada, corroborada pela ausência do exame de corpo de delito do acusado, em cujas mãos foi sequer feito um exame residual de pólvora”, aponta o advogado.

O júri popular, marcado para o dia 8 de agosto, foi remarcado para o dia 10 de outubro por um requerimento do próprio Ministério Público, após a juntada e anexação das fotografias solicitadas pela defesa. “Foram juntadas fotografias novas que, inclusive, nunca tinham sido trazidas ao caso, e que reforçam que Carlos Eduardo não cometeu nenhum crime, o que ocorreu foi uma infeliz fatalidade da vítima ter tirado a própria vida”, conclui o advogado de defesa.

ClickPB