Juíza determina que casal ‘ostentação’ suspeito de aplicar golpes e causar prejuízo de R$ 5 milhões continue preso, em Goiás
A Justiça de Goiás decidiu manter presos Valter Ferreira de Faria Júnior, de 41 anos, e Daniela Rodrigues Dourado Aguirre, de 42, suspeitos de aplicar golpes na ordem de R$ 5 milhões.
Segundo a Polícia Civil, o casal de Goiâniausava agências de viagens de fachada para enganar as pessoas. A investigação apontou que os dois ostentavam uma vida de luxo nas redes sociais.
Segundo a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça (TJ), a decisão por mantê-los presos foi dada em audiência de custódia realizada nesta sexta-feira (30), conduzida pela juíza Ana Cláudia Veloso Magalhães.
A prisão em flagrante do casal ocorreu na quinta-feira (29) por uso de documento falso e receptação, durante cumprimento de mandado de busca e apreensão. Além disso, Daniela já tinha, segundo a polícia, outros três mandados de prisão em aberto por estelionato.
O G1 não conseguiu a informação se eles foram representados por algum advogado na audiência de custódia.
A investigação sobre o golpe segue em andamento, já que o delegado Germano Castro, responsável pelo caso, acredita que outras possíveis vítimas do casal podem buscar a delegacia. Mais de cinco pessoas já procuraram a polícia para denunciar os suspeitos.
Moradores de um apartamento de alto padrão, no Setor Jardim Goiás, bairro nobre da capital, o casal foi investigado pela Polícia Civil durante seis meses. Segundo o delegado, as imagens publicadas pelos dois durante viagens e em bares caros ajudaram a localizá-los.
“Não tinham nenhum tipo de pudor em estar ostentando isso em rede pública. Frequentavam bons lugares, fazendo boas viagens, enfim, gastando altos valores para usufruir a vida”, completa.
No apartamento, a polícia localizou 40 cartões de crédito clonados e R$ 20 mil em espécie. A investigação apontou que o casal utilizava vários nomes diferentes. No imóvel, havia dez CPFs e dez identidades falsas de Daniele. Já Valter tinha oito CPFs e seis identidades, todas também falsificadas.
Com o casal, a polícia localizou dois carros de luxo, que eram de locadoras e estavam registrados em alguns dos documentos falsificados que utilizavam.
A investigação apontou que os clientes pagavam por pacotes nas agências de fachada, e o dinheiro era embolsado pelo casal.
Para a polícia, existem duas possibilidades do casal ter lucrado com o esquema criminoso. Uma delas é fazendo com que as operadoras de cartão de crédito ficassem no prejuízo, e a outra de que o próprio contratante do pacote de turismo pagasse pelo serviço sem conseguir viajar.
Para que o golpe não fosse descoberto, segundo a polícia, eles cometiam outro crime: pagavam as empresas de aviação com cartões de crédito clonados.
Além disso, eles são suspeitos de intermediar a locação de veículos em aeroportos do país e revendê-los com documentos adulterados após trazê-los para a capital goiana.