A nova forma de consumo de música e a consolidação do streaming
A forma de se consumir tem mudado, a fim de se tornar algo mais prático aos ouvintes. Nesta última década, o acelerado do streaming se consolidou e hoje, é considerado o principal recurso que reinventou a indústria fonográfica no mundo.
As mudanças proporcionadas pelos ouvintes em sua maneira de aproveitamento foram surgindo desde estações de rádio detinham a exclusividade sobre a divulgação dos sucessos musicais. Atualmente, as plataformas digitais ofertam variados estilos e opções para consumo através de aplicativos. A expansão acelerada da tecnologia em nosso cotidiano fez com que fosse amenizado o uso e produção de discos e vinis, até que, praticamente, ficasse restrito a colecionadores e caísse em desuso no mercado. Paralelamente, houve o surgimento de serviços de streaming, oferecendo acesso à musica com maior praticidade e menor custo.
A popularização do streaming gerou, também, maior agilidade às gravadoras para investimento nos artistas. Exemplo disso é quando o álbum de estúdio de um artista atinge sucessivos recordes antes mesmo de ser lançado oficialmente no mercado fonográfico. Isso ocorre através dos números atingidos com os chamados “singles”, músicas de divulgação que antecedem a publicidade do disco por completo.
Até por volta de 2014, era possível vermos certificações de artistas pelos recordes obtidos por vendas físicas, de cd’s ou dvd’s, em milhões de cópias vendidas. Agora, o lucro e popularidade adesão dimensionados a partir do número de downloads e streaming totalizados nas plataformas digitais.
A cantora norte-americana Beyoncé foi classificada pela crítica especializada como a responsável por “reinventar” a forma de lançamento dos trabalhos na indústria. Em dezembro de 2013, ela lançou um álbum-visual, com videoclipes para cada canção e isso se tornou uma tendência após essa estratégia inovadora, que proporcionou sucessivos recordes em vendas físicas e digitais e se tornou inspiração para outros nomes da música.
“As pessoas não fazem mais álbuns, só tentam vender um monte de singles rapidamente. Ele se esgota, e elas lançam outros, e de novo, e de novo…. As pessoas não escutam mais trabalhos completos…”, disse Beyoncé, no documentário ‘Self-Titled’, lançado no YouTube.
De acordo com dados obtidos pelo Relatório Global de Música da IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica), o streaming representou cerca de 62% do número de faturamento na indústria fonográfica apenas em 2020. As conquistas também contribuem para outras, como venda de produtos, licenciamentos e marketing, por exemplo. Vale destacar que, à medida que o público vai consumindo os serviços musicais através de streaming, a pressão das empresas sobre os artistas e as expectativas em torno das vendas e faturamento são ainda maiores. Mesmo com o investimento tradicional, a tendência segue, sendo a de descarte no formato de álbuns lançados, visando alcançar o seu próprio nicho com música lançadas sem pretensão de construir um disco, com a perspectiva de se manter em relevância nas paradas musicais cada vez mais acirradas.
Por Luís Gusttavo Ribeiro Macêdo
Coordenação: Eugenia Victal
Projeto de Extensão ComunicAção – Uninassau JP e Diário da Paraíba