Alimentação ultraprocessada causa 57 mil mortes no Brasil; nutricionista dá dicas para reduzir consumo
Práticos e perigosos. Alimentos como biscoito recheado, macarrão instantâneo e salsicha fazem parte dos chamados ‘ultraprocessados’, que, conforme estudo realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e outras instituições, podem estar relacionados a 57 mil mortes prematuras, entre pessoas de 30 a 69 anos, no Brasil.
Nutricionista do Sistema Hapvida NotreDame Intermédica, Sonalle Carolina revela que, diferente dos demais alimentos, o ultraprocessado tem na maior parte de sua composição restos de alimentos, excesso de conservantes, aromatizantes e corantes. A mistura, além de não trazer qualquer benefício à saúde, pode trazer uma série de doenças crônicas ou não transmissíveis.
“Uma alimentação focada em ultraprocessados é cancerígena, causa mais alergia, menos saciedade e mais fome, afeta nosso sistema nervoso central, dificulta a aprendizagem e atenção. Afeta também a saúde por conter alimentos ricos em gordura, açúcar, aditivos químicos, gerando maior probabilidade de desenvolver diabetes, dislipidemia, síndrome metabólica, aumento dos níveis de colesterol e muitas outras doenças”, conta.
A especialista explica a diferença entre os tipos de alimentação. Se enquadram como ultraprocessados itens como biscoitos, suco em pó, nuggets, salgadinhos e hambúrgueres. Já os processados são aqueles que passam por algum tipo de processamento mínimo: milho em conserva, sardinha em lata, iogurte e extrato de tomate são alguns que não possuem tantos malefícios à saúde.
Os tipos de alimentos mais indicados para consumo, conforme a nutricionista são os considerados ‘in natura’, que é quando saem do plantio direto para o consumo: carnes, ovos, frutas, raízes, legumes e verduras estão entre eles, também chamados de ‘comida de verdade’.
“A comida de verdade é saudável, barata, não precisa necessariamente comprar em supermercado. Ela é que vai da terra para a sua mesa. Essa alimentação não passa por processamento, e quando vai para casa o procedimento é mínimo, como temperar, grelhar ou cozinhar”, lembra.
Conforme Sonalle, é possível reduzir o consumo de ultraprocessados com pequenas trocas no dia a dia. A salsicha, presunto e salame podem ser trocados por queijo, ovo cozido. Lanches como salgadinho e biscoito devem dar lugar a oleaginosas como amendoim e castanha, ou frutas e iogurtes.
Diário da Paraíba com ClickPB