As bicicletas como uma forma alternativa de transporte em meio à pandemia e a alta de preços do equipamento
Desde março de 2020, o Brasil vive um cenário diferente do comum: uma situação pandêmica. O vírus daCovid-19 tem ocupado os noticiários pelas alterações no cotidiano dos brasileiros. Foram adaptações na educação, na política, na economia, no transporte, afetando toda a sociedade.
As mudanças nos meios de transporte também foram visíveis. A principal alteração foi o crescimento do uso das bicicletas como meio de transporte. Somente em São Paulo, as vendas de bicicletas aumentaram em mais de 66% (G1), e em Recife, as lojas de bicicletas possuem grandes listas de espera, segundo pesquisa realizada em maio de 2021 pela UOL.
As bicicletas passaram a ser utilizadas por representarem uma forma mais fácil, econômica e individual de locomoção, evitando trânsito e aglomeração no transporte público. Além disso, as bicicletas são um meio alternativo para a prática de exercícios físicos, já que muitas academias foram fechadas em algumas fases da pandemia. Além disso, as bicicletas servem como uma forma de lazer sem aglomeração. O fotógrafo de 28 anos Vitor Manon, é um dos milhares de brasileiros que trocaram o carro pelas bicicletas, a fim de se locomover pela cidade. Ele diz: “Além da mobilidade, mudei bastante meu estilo de vida e até comecei a emagrecer desde então. Além de transporte virou também uma prática para movimentar o corpo. É bem nítida a mudança nesse meio-tempo”. (2020- G1)
A verdade é que o mercado brasileiro de bicicletas está passando por um momento curioso: o setorestá aquecido,mesmo em meioà pandemiae sofre de desabastecimento. Isso, porque o número de bicicletas produzidas no Brasil diminuiuem 2020, o que gerou a necessidade de importação. O Brasil produz poucas bicicletas por falta de insumos e de peças.Nesse sentido, as empresas que produzem bicicletas precisam, também, trazer, de países asiáticos, peças e insumos e, assim, clientes chegam a esperar de meses até um ano por uma bicicleta. (G1-2021)
Por conta dessa situação para as empresas produtoras e montadoras de bicicletas, esses novos meios de transporte ficaram mais caros. Em fevereiro de 2021, o Governo Federal publicou, no Diário Oficial da União, uma redução da alíquota de importação de bicicletas. Desde 2011, as bicicletas estavam com impostos de importação com a taxa máxima permitida pela OMC (Organização Mundial do Comércio), o que dificultava muito a importação de peças, insumos e, até mesmo, de bicicletas. A diminuição do imposto será progressiva, estando atualmente em 35% e espera-se que, até dezembro, esteja em 20%.(G1-2021)
Embora as expectativas tenham melhorado para o ano de 2021, é importante ressaltar a falha grave de uma política econômica no mercado de bicicletas. Em 2011, o imposto para importação do equipamento e insumos foi aumentado para 35%, uma taxa alta, com intenção de incentivar a produção interna de bicicletas. Dez anos se passaram e a principal forma de adquirir bicicletas ainda é a importação. É importante considerar como algumas decisões podem ser prejudiciais aolongo do tempo. Muitas pessoas podem ter deixado de comprar bikes em muitos momentos pelos seus altos preços. Antes de se fazer qualquer política econômica, é fundamental planejamento, afim de entender qual a melhor decisão. Além disso, é importante revisar essas decisões com frequência, com o objetivo de verificar seus efeitos.
O melhor direcionamento em políticas econômicas sempre requer muito estudo e análise em todos os setores da sociedade. Além disso, é fundamental a participação social nas decisões, emitindo opiniões, fiscalizando e incentivando os setores produtivos. Esse processo contribui para uma sociedade mais consciente, atuante e, por consequência, com melhor qualidade de vida.
Por Débora Karolini Rossi
Coordenação: Eugenia Victal
Projeto de Extensão ComunicAção – Uninassau JP e Diário da Paraíba