Assembleia debate segurança rural durante audiência pública em Esperança
Agricultores de 10 municípios paraibanos debateram sobre segurança rural em uma Audiência Pública da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), realizada na tarde dessa quinta-feira (5), na cidade de Esperança. O evento, proposto pelo deputado Chió (Rede), reuniu representantes do Polo Sindical da Borborema, Conselhos de Segurança, prefeitos, vereadores, coronéis, policiais civis e militares, que dialogaram por mais de duas horas soluções para os crimes que tem afetado as famílias que vivem na zona rural na região, provocando forte êxodo nas comunidades e assentamentos.
“Realizamos um amplo diálogo. Agricultores simples tiveram a oportunidade de conversar pessoalmente com as maiores autoridades policiais da região e relatar tudo que enfrentam. Juntos, de forma propositiva e objetiva, definimos uma frente de trabalho que elaborou mais de 15 encaminhamentos. Só tenho a agradecer ao Pólo Sindical da Borborema, que nos ajudou na mobilização, assim como aos Sindicatos de Trabalhadores Rurais e ao Comando Geral das policias paraibanas por toda presteza”, destacou o deputado Chió.
O coordenador do Polo Sindical da Borborema, Manoel Antônio de Oliveira (Nequinho), relatou a situação dos agricultores paraibanos, refletindo sobre a necessidade do endurecimento da Legislação Federal. “É preciso que essa discussão seja ampla, porque a violência no campo é coisa séria. Nós temos agricultores hoje que estão sofrendo demais por não estarem em suas propriedades, passando até necessidades. Os agricultores têm medo de denunciar, porque já sofreram todo tipo de violência. Esperamos leis mais severas e os deputados paraibanos podem fazer essa ponte”, reivindicou.
O deputado estadual, ex-prefeito de Esperança, Anderson Monteiro (PSC), valorizou a iniciativa e a disponibilidade da Assembleia Legislativa em buscar soluções nos locais onde os problemas realmente acontecem. “Mais um momento em que a Assembleia vem ao encontro da população. Hoje para mim é mais especial porque está em Esperança, meu berço. O que afeta a zona rural é muito significativo, estamos falando do direito das pessoas morarem e trabalharem. Se nas cidades as pessoas tem medo, na zona rural, mais ainda. Aqui, nessa audiência, não buscamos apontar culpados, mas, com razoabilidade e discernimento pautar uma discussão mais ampla entre agricultores e policias”, pontuou.
A impunidade, a fragilidade da Legislação Federal, a falta de efetivo e a subnotificação dos crimes foram fatores elencados como principais problemas. Entre os encaminhamentos e soluções, a necessidade de realização de mais concurso público para as polícias civil e militar; diálogo com parlamentares federais sobre a legislação brasileira; trabalho de conscientização nas escolas públicas sobre o disque denúncia; ampliação da operação Campo Seguro; intensificação de blitz; ampliação do PROERD nas escolas; ampliação do sistema de monitoramento por câmeras; a criação de uma Frente Parlamentar de Segurança Pública e a instalação dos Conselhos Municipais de Segurança Pública.
“Trabalhamos com números, com estatísticas, quando as ocorrências não são registradas, não temos como catalogá-las e agir. É um assunto preocupante para o 15º BPM que cobre uma área rural muito populosa, são 16 municípios. Nossa preocupação maior está entre a zona rural, que compreende principalmente Remígio e Areia por serem mais produtivas, chamando mais atenção para possíveis crimes”, explicou o tenente coronel Rômulo Ferreira de Araújo, comandante do 15º Batalhão de Polícia Militar.
O coronel Francimar Vieira Lins, comandante do 10º Batalhão de Polícia Militar, que na ocasião representou o comandante geral, Arilson Valério, demonstrou toda disponibilidade da polícia com a ajuda da população. “O registro das ocorrências é de fundamental importância, a polícia militar trabalha, sobretudo, com o que chamamos de ‘mancha criminosa’, procuramos agir de acordo com a incidência de fatos. É preciso ampliar, por exemplo, a operação Campo Seguro, momento em que a Polícia Militar realiza um trabalho exclusivo em suplementação ao policiamento existente nesses locais, com vistas em especial aos crimes patrimoniais”, ressaltou.
Cidades como Lagoa Seca, Alagoa Nova, Matinhas, São Sebastião de Lagoa de Roça, Montadas, Areial, Borborema, Arara, Casserengue, Solânea, Queimadas estavam representadas, além de Remígio, através do prefeito André Alves e Areia, com o prefeito João Francisco (PSDB). O delegado da 12º Seccional da Polícia Civil da Borborema, Danilo Orengo; e os presidente das Câmaras de Vereadores de Esperança, Montadas e Borborema, Adílio Maia, Ronaldo de Oliveira e Neto Galdino contribuíram, além da ex-prefeita de Esperança, Cristiana Almeida.
Disque denúncia
Polícia Militar – Disque 190
– Registra-se a ocorrência;
– Encaminha-se a viatura mais próxima da ocorrência, dando mais agilidade ao atendimento;
– Ligação sem custo e anônima;
– Melhora o controle das estatísticas, proporcionando ao Comando, mapear os locais onde os crimes estão acontecendo.
Polícia Civil – Disque 197
– Informações de pessoas envolvidas em crime. Qualquer informação que possa levar a identificação de criminosos e a apreensão de armas ou drogas;
– Ligação sem custo e anônima.
Agencia-ALPB