Auxílio emergencial ajuda a alavancar as vendas varejistas e bate recorde

Apesar de pandemia, varejo atinge o maior volume de vendas desde 2000"

Mesmo em meio a pandemia da Covid-19, o auxílio emergencial fez com que a renda da população brasileira não ficasse em queda. Segundo a avaliação do economista-chefe do banco Haitong, Flávio Serrano, “já voltamos a um nível bastante próximo do que vigorava anteriormente (no varejo). As transferências foram capazes de fazer com que as pessoas conseguissem manter um padrão de consumo”, afirma.

Apesar do susto na economia sentido por muitos por muitos varejistas durante esses últimos quatro meses de quarentena, o comércio brasileiro vem se reerguendo aos poucos, onde nível de consumo teve um maior aumento em relação aos últimos 20 anos só no mês de agosto, ao que tudo indica que esse aumento do consumo seja influência do auxílio emergencial. Por outro lado, analistas temem que essa aceleração do comércio e da economia brasileira possam regredir devido a diminuição do auxílio emergencial.

Ainda, de acordo com os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que só no mês de agosto de 2020, as vendas no varejo brasileiro, tiveram um aumento de 3,4%. Nesse período, ainda se encontra 8,9% acima do nível esperado antes da pandemia, e por outro lado, também superam o patamar de 2,6% observado em outubro de 2014, que até o momento representava o ponto mais alto da série histórica da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), que teve o seu início no ano 2000. Esse ponto positivo, tem haver com o tombo histórico de 16,7% no mês de abril, onde o comércio teve que fechar as suas portas, e foi acelerando gradualmente nos meses seguintes, conforme fossem sendo liberado o retorno das atividades.

Segundo a avaliação do gerente da PMC, Cristiano Santos, “atingimos o nível recorde positivo, mas é bom lembrar que o piso inferior da série também se deu no período de pandemia. Em abril, estávamos a -24,8% do nível recorde de agosto. Ou seja, os meses de pandemia trouxeram alta volatilidade para séries histórica do comércio.”

Essa recuperação acelerada da economia, segundo a avaliação de analistas, está relacionada sobretudo com a injeção de renda provocada pelo auxílio emergencial, onde foram liberados mais de R$ 220 bilhões a 67,7 milhões de pessoas beneficiadas, o que ajudou a manter e a elevar o consumo de muitas famílias brasileiras. A economista da XP Investimentos, Lisandra Barbero, declarou que “o auxílio emergencial e outras fontes de estímulo, como o crédito, surtiram bastante efeito no comércio varejista. Por isso, o setor tem apresentado uma recuperação forte e generalizada”.

Luana Santos com Diário da Paraíba