Bitcoin sobe mais de 6% e outro banco quebra nos EUA
As cotações das criptomoedas tiveram uma trégua na manhã desta segunda-feira graças ao socorro dado pelo governo americano aos clientes do SVB, banco do Vale do Silício que quebrou na última sexta-feira. E isso mesmo depois de um outro banco ligado ao ecossistema dos critpoativos, o Signature Bank, ter sido fechado no domingo à noite.
- As cotações do bitcoin operam em alta de mais de 6% em Londres, a US$ 22. As criptomoedas foram afetadas pela crise no SVB, já que o banco financiava start-ups e projetos inovadores.
- No domingo, o governo americano anunciou um socorro aos clientes do SVB, garantindo que todos os valores depositados no banco seriam honrados pelo Tesouro dos EUA.
- O governo lançou ainda um programa de empréstimo de emergência para estabilizar o setor financeiro, com até US$ 25 bilhões em recursos do Tesouro.
- Na manhã desta segunda-feira, a filial britânica do SVB foi comprada por 1 libra pelo HSBC.
- Mais um banco ativo no segmento de inovação e criptoativos, o Signature Bank, foi fechado por autoridades regulatórias de Nova York no domingo. Várias corretoras de critpoativos grandes, como a Coinbase, têm exposição ao Signature Bank.
Analistas acreditam que o resgate feito pelo Federal Reseve (Fed, o banco central americano) ajudou, pelo menos por enquanto, a estancar a crise.
— A ação do Fed trouxe confiança ao mercado e afastou os temores sobre as possíveis consequências de um colapso de outros bancos, sobretudo diante do fato de que o Signature é muito importante para a indústria cripto — avalia Rachel Lin, co-fundadora do SynFutures, uma plataforma de derivativos.
No início deste mês, o Silvergate Capital, outro grande banco no setor de critpo, já havia sido fechado por autoridades regulatórias.
Mas, ainda que o tom nos mercados na manhã desta segunda-feira seja de alívio, outro banco deu sinais de que a crise está longe de ser totalmente estancada. A ações do First Republic Bank chegaram a cair 60% nas negociações do pré-mercado após o banco ter afirmado num comunicado, na tarde da noite de domingo, que precisou recorrer a “linhas pouco usuais de liquidez” de mais de US$ 70 bilhões por meio de operações c
O socorro do Fed
O programa de financiamento de emergência anunciado no domingo pelo BC americano será feito a partir de um mecanismo de troca de ativos. Os recursos serão oferecidos ao sistema financeiro por meio de títulos de Tesouro americano, dívidas e papéis lastreados em hipoteca.
Foi uma maneira de apoiar o sistema bancário ao mesmo tempo em que o governo do presidente Joe Biden enfatizava que a conta não iria recair sobre o contribuinte e que não se tratava de um socorro aos bancos, e sim de um programa para estabilizar o setor financeiro e conter a crise.
Em um comunicado, o presidente Biden afirmou que a solução “protege os trabalhadores americanos e os pequenos negócios, e mantém nosso sistema financeiro seguro”.
Para Peter Conti-Brown, o programa de financiamento de emergência do Fed, “é um reconhecimento não só do risco sistêmico, mas também de que este risco é tão atípico que não oferecer linhas de emergência poderia gerar uma crise financeira”.
O Globo