Cirurgia precisou ser remarcada
“Mostrei os documentos da cirugia, mas não quiseram saber e um deles já puxou um facão. Me exaltei quando expliquei que meu filho poderia perder o globo ocular e um deles falou: ‘que fique cego’”, relatou o pai. Segundo ele, eram cerca de 10 homens no local, e alguns deles também seguravam foices. Mesmo diante da insistência do pai diante do risco do filho perder a visão, os bolsonaristas gritam e um deles ironiza, afirmando não ter “problema com o olho do seu filho. Pega um avião e vai. Não vai passar”.
“Foi um sentimento de impotência e revolta”, descreveu Eder. “Só me acalmei quando meu filho mais velho, de 13 anos, começou a falar comigo”. O vídeo também registra o apelo do menino para que o pai não continuasse a discussão enquanto os bolsonaristas seguiam gritando contra eles. A família usou rota alternativa, em meio a uma lavoura, até sair em um trecho 1 quilômetro adiante de onde foram barrados.
A cirurgia da criança, porém, precisou ser remarcada para esta quarta-feira, no Hospital de Olhos de Cuiabá, por conta da ação criminosa.
Golpistas e violentos
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) afirmou que este e outros bloqueios contra o resultado da eleição presidencial chegaram ao fim após força-tarefa com mais de 100 agentes. O estado tem sido o principal foco das manifestações antidemocráticas no país que começaram logo após o segundo turno, em outubro. A própria PRF, que demorou para atuar contra os bloqueios, afirma, porém, que a violência nos atos bolsonaristas tem crescimento. A corporação diz ainda que crimes estão sendo flagrados.
Nesta segunda (21), um caminhão-tanque e carreta com carga de milho foram incendiadas na BR-163. No mesmo dia, outra carreta foi queimada na zona urbana de Sinop. Dois homens também foram presos com arma de fogo, quase R$ 10 mil em dinheiro, nove galões de gasolina, isqueiros e duas sacolas com estopa – um tecido usado para facilitar que as chamas se alastrem. Com eles também foram apreendidos facas e facões.
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Portal do Litoral