Bolsonaro faz reunião de emergência com oito ministros sobre queimadas na Amazônia
O presidente Jair Bolsonaro se reuniu na noite desta quinta-feira com oito ministros para discutir medidas a serem anunciadas nesta sexta contra asqueimadas na Amazônia . O encontro, de emergência, ainda não consta em sua agenda oficial e terminou pouco depois das 20h.
Em edição extra do Diário Oficial, publicada após o encontro, Bolsonaro determinou a seus ministros que adotem “medidas necessárias para o levantamento e o combate a focos de incêndio na região da Amazônia Legal para a preservação e a defesa da Floresta Amazônica, patrimônio nacional”.
De acordo com a colunista Bela Megale, o Planalto começou a procurar governadores da região para avaliar a necessidade de engajar tropas do Exército no combate aos incêndios, o que ocorreria por meio de uma operação de Garantia de Lei e da Ordem (GLO).
Participaram da reunião os ministros do Meio Ambiente, Ricardo Salles ; da Defesa, Fernando Azevedo e Silva; das Relações Exteriores, Ernesto Araújo; da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina; do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno; da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos; da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira; e da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
As medidas discutidas com o presidente devem ser anunciadas na cerimônia do Dia do Soldado, marcada para as 10h desta sexta, na Concha Acústica do Quartel-General do Exército, em Brasília.
Durante a reunião, Bolsonaro usou as redes sociais para rebaterdeclarações do presidente da França , Emmanuel Macron, que mais cedo convocou os países membros do G7 para discutir as queimadas na Amazônia na cúpula que acontece neste final de semana, em Biarritz, na França.
O brasileiro acusou o francês de buscar “instrumentalizar” os incêndios para ganhos pessoais e de não contribuir em nada para solucionar o problema. Ele falou ainda que a convocação evoca uma “mentalidade colonialista descabida” no século 21.
“Lamento que o presidente Macron busque instrumentalizar uma questão interna do Brasil e de outros países amazônicos p/ ganhos políticos pessoais. O tom sensacionalista com que se refere à Amazônia (apelando até p/ fotos falsas) não contribui em nada para a solução do problema”, escreveu Bolsonaro no primeiro de dois tuítes sobre o assunto.
Segundo o presidente, o governo brasileiro permanece aberto ao diálogo, “com base em dados objetivos e no respeito mútuo”. “A sugestão do presidente francês, de que assuntos amazônicos sejam discutidos no G7 sem a participação dos países da região, evoca mentalidade colonialista descabida no século XXI”, acrescentou.
Em postagem no Twitter, acompanhada de uma imagem da floresta em chamas, na tarde, Macron lembrou que a Amazônia produz 20% do oxigênio do planeta:
“Nossa casa está queimando. Literalmente. A Floresta Amazônica – os pulmões que produzem 20% do oxigênio do nosso planeta – está em chamas. É uma crise internacional. Membros da Cúpula do G7, vamos discutir em dois dias este tema emergencial!” – diz a postagem.
O G7 é um grupo internacional composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido, as sete maiores economias de países desenvolvidos do planeta. De acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI), os países representam mais de 64% da riqueza líquida global, equivalente a US$ 263 trilhões.
Diario da Paraiba com O Globo