Brasil é denunciado na ONU por morte da menina Ágatha
De acordo com a coluna de Jamil Chade no Estadão, a cúpula da Organização das Nações Unidas (ONU) recebeu, neste fim de semana, uma denúncia contra o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), e contra o estado brasileiro pela execução da menina Ágatha Vitória Sales Félix, de 8 anos.
Na sexta-feira (20), Ágatha foi atingida por um tiro quando seguia para casa acompanhada de seu avô, na Favela da Fazendinha. Ágata foi levada à UPA do Alemão, mas não resistiu aos ferimentos.
A denúncia foi feita pelos movimentos Papo Reto, Fórum Grita Baixada, Instituto Raízes em Movimento, Fórum Social de Manguinhos, Mães de Manguinhos, Movimento Moleque, Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência e Arquitetxs Faveladxs, em conjunto com a organização de direitos humanos Justiça Global.
Os documentos foram entregues às vésperas do discurso do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na Assembleia Geral da ONU. Receberam as denúncias a alta comissária da ONU para Direitos Humanos, Michelle Bachelet, e a Relatoria Especial sobre Execuções Sumárias e Extrajudiciais.
Há duas semanas, a ex-presidente do Chile criticou a violência policial no Brasil e alertou para o encolhimento dos espaços democráticos no país. Como resposta, Bolsonaro elogiou Augusto Pinochet, o general chileno responsável pelo regime que matou o pai de Bachelet e a torturou.
Agora, diante do caso de Ágatha, os movimentos de favelas do Rio de Janeiro pedem que o Alto Comissariado da ONU faça uma declaração “pública e incisiva”, cobrando o estado brasileiro e Witzel sobre a morte de Ágatha. Eles também qualificam de “genocídio” a realidade dos jovens negros nas favelas do Rio.
Diário da Paraíba com Diário do Centro do Mundo