Brasileira é encontrada morta na Argentina; ex-namorado confessa o crime, é preso e pede “apoio psicológico”
Na quarta-feira (16), uma turista encontrou o corpo da brasileira Eduarda Santos de Almeida, de 27, em uma trilha na região turística de Circuito Chico, em Bariloche, na Argentina. O pai dos seus filhos gêmeos, Fernando Alves Ferreira, que também é brasileiro, foi preso e confessou o crime. As informações são do O Globo.
Segundo as autoridades argentinas, Fernando irá passar por audiência de custódia nesta sexta-feira (18).
O juiz Sergio Pichetto aprovou a abertura de inquérito sobre o caso e determinou um prazo de quatro meses para a conclusão. Até o momento, o autor do crime está detido preventivamente.
“Gostaria de receber apoio psicológico e me declaro culpado pela morte de Eduarda Santos. Sou responsável. Não planejei, mas tive a opção, considerando que minha vida estava em perigo. Desculpe, mas minha vida veio em primeiro lugar”, afirmou Fernando durante o seu depoimento.
Para a Justiça argentina, o caso se trata de um feminicídio. Segundo as investigações, a relação entre Eduarda e Fernando era marcada por violência, abusos psicológicos e econômicos. O que foi confirmado por ele.
Outro ponto que chamou a atenção das autoridades foi o fato de que, apesar de ser a mãe dos bebês gêmeos, o nome de Eduarda não consta nos registros das crianças. Está apenas o nome de Fernando e de um outro homem, com quem foi casado.
Ao ser questionado, ele afirmou que “em nenhum momento Eduarda foi submissa. Fiquei viúvo há sete meses. A violência que sofríamos em nossa casa era constante. A prioridade sempre foi meus filhos, eles nunca vivenciaram uma situação de agressividade ou violência. Voltar ao Brasil não era uma opção. Eu não fugi porque não quis, eu poderia ter feito isso. Aqui meus filhos estão protegidos. A família do meu falecido marido mora com eles. Se a Justiça Argentina mandar meus filhos para o Brasil, irá arriscar a vida deles”.
O assassinato
A promotoria do caso informou que, na terça-feira (15), Eduarda e Fernando saíram de carro e foram em direção ao mirante do Lago Escondido. Em um determinado trecho, ele estacionou o veículo e ambos desembarcaram.
Nesse momento, Fernando pegou uma arma calibre 357 e disparou nove vezes contra a vítima.
Segundo o laudo de autópsia, além dos tiros, o corpo de Eduarda continha alguns hematomas.
Translado do corpo
Após receber a notícia da morte, a família de Eduarda iniciou uma campanha online para custear o translado do corpo para o Brasil.
A iniciativa conta com o apoio da Associação dos Servidores do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (Assemperj), já que o irmão da vítima é servidor da promotoria na cidade de Volta Redonda.
Istoé