Caso de intolerância religiosa, em confusão na FPF, tem audiência de instrução e julgamento nesta 3ª

Uma confusão ocorrida em junho de 2017 na sede da Federação Paraibana de Futebol terminou com uma pessoa denunciada por intolerância religiosa. O caso tramita na 2ª Vara Criminal da Capital e terá audiência de instrução e julgamento nesta terça-feira, dia 7, às 9h30, no Fórum Criminal da Capital.

Na denúncia o Ministério Público da Paraíba relata o episódio em que uma senhora teria proferido palavras de intolerância injuriosa com uma imagem da santa Nossa Senhora Aparecida, que estava no gabinete da presidência da Federação Paraibana de Futebol.

“Depreende-se dos autos que Nozilda Barreiro Paulo, de forma livre e consciente, praticou e incitou o preconceito e a discriminação de raça/cor e religião. Consta, ainda, que a denunciada vilipendiou objeto de culto religioso. Segundo se apurou durante as investigações policiais, em data de 01 de junho de 2017, nas dependências da Federação Paraibana de Futebol – FPF, no bairro de Tambiá, nesta capital, transcorria a cerimônia de posse do então vice-presidente Antônio Nosman Barreiro Paulo, irmão da denunciada, no cargo de presidente do órgão, momento em que diversos profissionais da imprensa paraibana, que estavam no local
registrando o evento, captaram imagens e sons da denunciada, que entrou no recinto e retirou de cima da mesa da presidência uma imagem religiosa de Nossa Senhora Aparecida, carregando-a e colocando virada de costas sobre um sofá na mesma sala. Informam os elementos de investigação que, nesse mesmo instante, a
denunciada proferiu os seguintes dizeres aos presentes

“Vamos tirar ela daqui. Porque… ela aqui não. Não, deixe ela aqui atrás. A gente só adora uma coisa:
Deus. Deixe ela aqui. Está repreendido. Botaram a neguinha macumbeira para cá”.

“Em face do exposto, encontra-se a denunciada, NOZILDA BARREIRO PAULO, incursa nas condutas descritas no art. 20 da Lei n.o 7.716/89 c/c arts. 208, parte final, e 70 (concurso formal) do Código Penal”, consta da denúncia oferecida à Justiça da Paraíba, e a denunciada poderá ser condenada a pena  de reclusão de 1 a 3 anos, mais multa.

O fato foi amplamente divulgado à época pela imprensa com fotos, reportagens e vídeos. Foram intimados como testemunhas os ex-presidentes da Federação Paraibana de Futebol, Antônio Nosman Barreiro Paulo, Amadeu Rodrigues, e um profissional de imprensa, Cisco Nobre, de uma TV da Capital.