Custo da cesta básica em João Pessoa tem alta mas é o terceiro menor entre as capitais do Nordeste, diz Dieese

O salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.578,41 ou 4,98 vezes o mínimo de R$ 1.320,00 em junho de 2023. Em maio, o valor necessário era de R$ 6.652,09 e correspondeu a 5,04 vezes o piso mínimo. Já em junho de 2022, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.527,67 ou 5,39 vezes o valor vigente na época, que era R$ 1.212,00.

Os números são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos  (DIEESE), com base na cesta básica de alimentos mais cara, que, em junho, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência.

Segundo levantamento divulgado nesta quinta-feira (06.07), o valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu em 10 das 17 capitais onde o DIEESE realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos.

Entre maio e junho de 2023, as quedas mais importantes ocorreram em Goiânia (-5,04%), Brasília (-2,29%) e Vitória (-2,08%). As altas foram observadas em Recife (5,79%), Natal (5,00%), João Pessoa (4,12%), Aracaju (2,41%), Campo Grande (0,84%), Florianópolis (0,84%) e Salvador (0,26%).

São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior
custo (R$ 783,05), seguida de Porto Alegre (R$ 773,56), Florianópolis (R$ 771,54) e do
Rio de Janeiro (R$ 741,00). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da
cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 567,11),
Salvador (R$ 595,84) e João Pessoa (R$ 604,89).

Produtos da cesta 

Entre maio e junho, o valor do quilo do feijão carioquinha diminuiu em todas as cidades onde é pesquisado (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e em São Paulo), com taxas de variação entre -18,20%, em Campo Grande, e -4,52%, em Aracaju. Em 12 meses, nove cidades apresentaram redução, com destaque para Belo Horizonte (-14,20%) e Campo Grande (-9,58%). Belém acumulou alta de 4,88%. As quedas no mês, de acordo com o Dieese, foram explicadas pelo bom rendimento das lavouras e pela expectativa de volume expressivo a ser colhido nas próximas safras.

O preço do arroz agulhinha diminuiu em 14 capitais. As quedas mais expressivas ocorreram em Goiânia (-3,86%) e Vitória (-2,59%). As altas ocorreram em Natal (1,59%), Florianópolis (1,46%) e João Pessoa (0,36%). Em 12 meses, houve aumento em todas as cidades, com taxas entre 4,83%, em Recife, e 16,56%, em Natal. A maior oferta do grão diminuiu os preços no varejo.

O preço do quilo do café em pó diminuiu em 14 capitais, com taxas entre -5,76%, em Goiânia, e -0,11%, em Aracaju. Em Curitiba, não houve variação de preço; e, Natal (0,73%) e João Pessoa (0,22%) tiveram elevação. Em 12 meses, apenas Belém acumulou taxa positiva, de 0,28%; nas demais cidades houve redução, com destaque para as taxas de Goiânia (-17,07%) e de Brasília (-16,09%). A diminuição de preço se deveu ao volume de grãos da nova safra e ao clima favorável, que permitiu progresso na colheita, diz o Dieese.
Ascom/Dieese