Estudantes desenvolvem jogos digitais em que o objetivo é derrotar o coronavírus, na PB

Dois estudantes universitários da Paraíba criaram os próprios jogos digitais cujos objetivos são derrotar o coronavírus por meio da vacina. Em comum, os dois jovens são alunos do curso de ciência da computação, da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG).

Segundo os estudantes Ícaro Lima e Matheus Oliveira, os jogos têm o principal objetivo de distrair as pessoas que estão mais tempo em casa, além de conscientizar, indiretamente, sobre a principal forma de se prevenir da Covid-19, que é a vacinação.

Jogo Vírus

O desenvolvedor Ícaro Lima, de 22 anos, é natural de Santa Luzia, mas estuda ciência da computação em Campina Grande. Ele criou um jogo chamado ‘Vírus’, que é uma versão do Pac-Man, um clássico do mundo gamer. Ele demorou um mês para finalizar o projeto. Neste jogo, ele substituiu os personagens e as recompensas, dando a temática de coronavírus.

“Eu estava pensando em fazer um jogo, mas precisava ter bastante download. Desenvolvi o jogo do zero, que é uma versão do clássico Pac-Man. Me aproveitei que as pessoas estavam falando muito em coronavírus e me apressei para fazer o jogo”, disse.

Ícaro também é estudante de ciência da computação pela UFCG e trabalhou dois anos em uma empresa multinacional. Sobre o jogo Pac-Man, ele explicou como funciona e quais são os objetivos.

“Pac-Man é um jogo arcade na qual você controla o personagem principal, chamado Pac-man, e precisa devorar todos os pontos em um labirinto fechado enquanto se esquiva dos quatro fantasmas. Você também pode comer a ‘Super Fruta’ para ganhar imunidade temporária contra os fantasmas”.

Na adaptação do jogo que Ícaro criou, ele explicou que o jogador precisa se alimentar enquanto tenta escapar das quatro variantes do coronavírus. Em vez da “Super-Fruta”, o jogo tem a vacina, que dá a imunidade temporária e permite que o Pac-Man devore as variantes de coronavírus.

Ele explicou que o jogo tem uma quantidade razoável de downloads e que isso hoje para ele é uma renda extra, proporcionando uma boa sensação saber que sua criação está sendo utilizada por tantas pessoas.

“Atualmente o jogo tem cerca de 37 mil downloads e, a cada dois meses e meio, eu recebo cerca de U$ 100, que é uma renda passiva legal. É uma ótima sensação saber que o código que eu escrevi está rodando dentro de vários smartphones ao redor do mundo e sem apresentar falhas”, concluiu.

Jogo Vírus Run

Desenvolvido pelo estudante Matheus Oliveira, de 21 anos, o personagem do jogo “Vírus Run” utiliza uma seringa para combater o vírus.

Para produzir o jogo, o desenvolvedor levou 39 dias, dedicando pelo menos cinco horas por dia para conseguir concluir. Foram cerca de 210 horas de dedicação.

O objetivo do jogo é sobreviver pelo maior tempo possível e derrotar o máximo de coronavírus que conseguir.

Diferente de Ícaro, o estudante Matheus não tem ainda lucros com o jogo, já que esse foi seu primeiro projeto desenvolvido e colocado em prática.

“Como ele tem pouquíssimos anúncios, pra poder ter algum retorno com ele é necessário algo na casa dos milhares de jogadores. Coloquei poucos anúncios porque eu não queria que eles atrapalhassem a experiência do jogo de alguma forma. Esse é o meu primeiro jogo, então o retorno financeiro não era exatamente o meu foco”, afirmou.

Ele espera que o jogo seja utilizado como passatempo para ajudar as pessoas que estão em isolamento social durante a pandemia, além de proporcionar a sensação de derrotar o vírus.

“O que eu espero é que ele seja mais uma forma de passar o tempo em meio a essa política de isolamento que ainda temos que seguir e que, ao mesmo tempo, proporcionar às pessoas a sensação de derrotar o vírus com a maior arma que temos hoje, que é a vacina”, afirmou.

Matheus relatou que desde criança tinha vontade de desenvolver um jogo e que isso influenciou na escolha do curso.

“Eu sempre joguei muito, desde criança, e sempre gostei muito. Eu brincava de programar com um programa que existia à época. Sempre que eu jogava algum jogo que me interessava muito, eu ficava curioso para saber como que funcionava e como eu faria esse tipo de coisa funcionar, o que eu mudaria para melhorar. Tudo isso influenciou, de certa forma, a escolha no curso”, disse.

Para ele, criar esse jogo representa satisfação e que ver sua própria criação sendo utilizada para divertir as pessoas é muito bom.

“É satisfatório ver tantos sistemas interagindo entre si e que eu criei. É legal ver as pessoas se divertindo com isso”, falou.

Diário da Paraíba com G1