Evandro diz que Romerinho mente e cita medidas da FPF contra violência
A morte de um torcedor do Santa Cruz antes do jogo de domingo, no Arruda, colocou água na fervura e esquentou o debate sobre a violência no futebol. De um lado, o presidente da Federação Pernambucana (FPF), Evandro Carvalho. Do outro, o presidente da Câmara Municipal do Recife, vereador Romerinho Jatobá (PSB). O parlamentar atacou e disse que o comandante da entidade máxima do esporte do estado era “omisso”. E levou o troco. Carvalho disse que o parlamentar falava muitas “bobagens”.
E tudo começou depois de mais uma tragédia anunciada. Lucas Rosendo, de 21 anos, estava em um ônibus. Ia para o jogo contra o Campinense, pela Série D. Em uma ação de bandidos travestidos de torcedores organizados, levou uma surra, em plena rua, em Olinda.
O assassinato repercutiu e chegou aos gabinetes. No plenário da Câmara, Jatobá declarou que Carvalho “mente muito” e não apresenta soluções”. Em entrevista ao blog de Ricardo Antunes, o presidente da FPF afirmou que as frases eram “café pequeno” e que “quem diz o que quer, ouve o que não quer”.
Os dois já tinham se estranhado anteriormente. Em um dos casos mais polêmicos, em 2014, antes de uma eleição para a FPF, Jatobá declarou que Carvalho estaria mexendo em regras e antecipando o pleito para prejudicar os adversários. O presidente rebateu e disse que “desconhecia a existência de uma oposição”.
Nesse caso da morte do jovem Lucas, os presidentes travam uma batalha sobre um problema que está muito longe de ser resolvido. Em 2020, a Justiça extingiu oficialmente as principais torcidas do estado: Inferno Coral, Jovem e Fanáutico. De nada adiantou. Vandalismo, lesão corporal grave e até homicídio entraram na ficha corrida desses grupos, que muitas vezes marcam brigas pela internet e transformam o Grande Recife em arena de gladiadores.
Na entrevista Evandro Carvalho afirmou que vem investindo em programas para tentar impedir as confusões. “A nossa federaçção é a única no Norte, Nordeste e Centro Oeste que investe dinheiro em segurança antes das partidas. Não podemos estar em Olinda e na Avenida Abdias de Carvalho, impedindo assassinato e invasão de clube”, declarou.
Carvalho culpou a legilsação “frouxa” e disse que é preciso “reclusão” para quem participa de atos de vandalismo e comete crimes por causa de futebol.
Também rebateu as críticas do vereador sobre a suposta situação financeira “confortável” da federação e da penúria dos clubes. “Ao contrário do que disse o vereador, temos R$ 14 milhões emprestados antecipadamente aos clubes. Não temos lucro”. Que a paz volte a reinar nos gabinetes e, sobretudo, nas ruas, em dias de jogos.
Blog Ricardo Antunes