Jornalista Robson Nóbrega lança dia 30 o seu primeiro livro

Um dos profissionais mais conhecido e “festejado” das redações da imprensa paraibana, Antônio Morais (talvez o repórter-revisor mais longevo da história das publicações jornalísticas no estado), é a personagem principal que dá vida e “voz” ao livro ‘Mulungwood – Histórias do Negão Morais e outros heróis’. A obra de estreia do jornalista Robson Nóbrega como escritor será lançado no próximo sábado (30), às 16h, na Livraria Leitura, localizada no térreo do Manaíra Shopping, em João Pessoa.

‘Mulungwood’ mistura o município de Mulungu, na Região do Agreste paraibano, com Hollywood, a meca do cinema mundial, nos Estados Unidos. A cidade é o cenário de histórias, algumas surreais, mas sempre engraçadas e curiosas, protagonizadas em sua maioria por Antônio Morais, “Negão Morais” para amigos como o autor, colega de trabalho da personagem.

Redator, secretário de Redação ou editor do jornal A União em variadas gestões, foi no impresso oficial onde Robson Nóbrega (na foto) encontrou o aplicado e rigoroso revisor Morais, rigor que não lhe afetava os atributos, nas horas vagas, de grande papo e excelente narrador de causos e mais causos hilários supostamente ocorridos em Mulungu, onde Morais nasceu.

Quase todos aqueles episódios foram transformados em artigos e publicados regularmente n’A União entre meados da década de 1990 e início dos anos de 2000. Nesse meio tempo, incentivado por ícones do jornalismo e da literatura paraibana, como o venerado Biu Ramos, Robson submeteu seus escritos ao igualmente saudoso editor Carlos Roberto de Oliveira, falecido há três anos.

Também jornalista, publicitário, marqueteiro e empresário, Carlos Roberto acolheu ‘Mulungwood’ com entusiasmo e entregou à Patmos Editora, um de seus empreendimentos, a responsabilidade de editar e publicar a obra de Robson Nóbrega. Feito. O livro está pronto e chega ao público reforçado por material inédito produzido pelo autor após encerrar seu período em A União.

Anti-heróis imortalizados

“São herdeiros legítimos de Pedro Malazartes, João Grilo e Camonge, entre outros anti-heróis imortalizados no imaginário popular”, diz William Costa, atual diretor de Mídia Imprensa de A União, sobre personagens do livro ‘Mulungwood’.

Também jornalista e escritor, William Costa assina o prefácio da obra de Robson Nóbrega, onde assinala que em cada redação informal de jornal – “constituída dos variados tipos de relações que se estabelecem naturalmente entre colegas de trabalho” – há sempre um “Rei da Fuleiragem”.

Ninguém deve pensar, contudo, que a fuleiragem a que se refere o prefaciador tem a ver com malandragem ou coisa pior. Em ‘Mulungwood’, quem reina é Antônio Morais, revisor de A União que Robson Nóbrega transformou em protagonista dos principais causos contados no livro.

Morais, como bem define William Costa, é “aquele tipo inesquecível, dotado do riso cômico, que faz das agruras de sua própria vida motivo de piadas, chistes etc.”. Tal e qual Pedro Malazartes, João Grilo, Camonge…

Costa, Robson e Morais são colegas de “batente”, termo usado por jornalistas para significar tanto o ambiente em que trabalham quanto o fazer jornal propriamente dito, linha de produção que mobiliza, entre outros trabalhadores, repórteres, redatores, diagramadores e revisores, onde revisores ainda existam.

Uma “pitada” do livro

Morais volta do Rio de Janeiro, onde habitou na Rocinha e Morro do Vidigal. Na Rodoviária de João Pessoa, pais e 14 irmãos pulando num pé só de alegria. O Negão vai comprar passagens para Mulungu pra toda a trupe.

E o cara do guichê:

– Olha meu senhor, o próximo ônibus pra Mulungu vai quase vazio. Assim, vocês podem escolher ir na frente ou atrás.

E o moreno cheio de lero…

– Acho que a gente vai dentro, pois atrás o ônibus nos deixa e na frente ele nos atropela…

Diário da Paraíba

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