José Mojica Marins, o Zé do Caixão morre aos 83 anos, em São Paulo
O ator, diretor e roteirista José Mojica Marins, conhecido pelo personagem Zé do Caixão, morreu aos 83 anos, em São Paulo. A morte foi confirmada pela filha de Mojica, a atriz Liz Marins, nesta quarta-feira (19).
Mestre do terror brasileiro
Filho dos artistas circenses Antonio André e Carmen Marins, José Mojica Marins nasceu no dia 13 de março de 1936, na capital de São Paulo.
Mojica dirigiu 40 produções e atuou em mais de 50 filmes. Seu interesse pelo cinema de terror escatológico começou nos anos 1950, mas foi em 1964, com o filme “À meia-noite levarei sua alma”, que ele ganhou o apelido de Zé do Caixão.
Seu personagem mais famoso, o agente funerário sádico, que veste roupas pretas, cartola, capa e unhas longas, ainda aparece em “Esta noite encarnarei no teu cadáver” (1967), “O estranho mundo de Zé do Caixão” (1968), e “Encarnação do demônio” (2008).
Mesmo conhecido como o mestre do terror no cinema brasileiro, Mojica também trabalhou com outros gêneros, como aventura, faroeste, pornochanchada, e influenciou o movimento do cinema marginal nos anos 1960.
Quando tinha 17 anos, ele fundou a Companhia Cinematográfica Atlas, onde produziu alguns filmes amadores. Seu primeiro longa-metragem foi “A sina do aventureiro”, de 1958.
Em 1963, escreveu o argumento de “Meu destino em tuas mãos” e procurou o cineasta Ozualdo Candeias para fazer o roteiro, que não foi creditado.
O personagem Zé do Caixão, conforme Mojica contou em diversas entrevistas, surgiu para ele durante um pesadelo, em que um homem de capa preta o arrastava para um túmulo. Já a primeira aparição do Zé do Caixão no cinema foi em “À meia-noite levarei sua alma”. Nos Estados Unidos, ele ficou conhecido como “Coffin Joe”.
De acordo com o site oficial do Zé do Caixão, seu nome verdadeiro era Josefel Zanatas e “nasceu em berço de ouro, seus pais tinham uma rede de agências funerárias, fato que fez com que Josefel fosse uma criança muito sozinha, pois seus colegas os discriminaram por causa da profissão de seus pais”.
Sua “biografia” ainda diz que Zé do Caixão é um “homem sem crenças, não acredita em Deus nem no Diabo, só acredita nele mesmo, acha que é o único que pode fazer justiça”.
Com o sucesso, o personagem começou a ser confundido com o seu próprio autor. No anos 1990, o Zé do Caixão apresentou o “Cine Trash”, na Rede Bandeirantes. Recentemente, ele tinha um programa de entrevistas no Canal Brasil, chamado “O estranho mundo de Zé do Caixão”, e recebia convidados inusitados, como Inri Cristo, João Gordo, Laerte, entre outros.
Diário da Paraíba com Metropoles