Juíza que condenou Lula no caso do sítio quer deixar vara da Lava Jato

Gabriela Hardt manifestou interesse de ser removida ao cargo de juíza substituta em varas de Itajaí (SC), Florianópolis e Curitiba

Juíza substituta da 13ª Vara Federal de Curitiba, onde tramitam os processos da Operação Lava Jato na Justiça Federal do Paraná, Gabriela Hardt, pretende deixar o posto em breve. Em um edital de remoção de juízes federais substitutos do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), a magistrada manifestou interesse em vagas para o cargo em outras 35 varas, distribuídas entre Itajaí (SC), Florianópolis e Curitiba. Fontes do TRF4 dizem que o destino dela deve ser a capital catarinense, onde há uma vaga aberta entre as 28 consideradas no edital.

A 13ª Vara de Curitiba tem como titular atualmente o juiz federal Eduardo Appio, um crítico dos métodos do ex-juiz federal Sergio Moro, hoje senador pelo Paraná, filiado ao União Brasil. Conhecida pelo alinhamento à atuação de Moro, Gabriela Hardt foi a responsável por condenar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva a 12 anos e 11 meses de prisão no caso da Lava Jato que envolvia o suposto pagamento de propina ao petista por meio de obras em um sítio em Atibaia (SP).

Revelada por VEJA em abril de 2015, a propriedade no interior paulista recebeu reformas das empreiteiras Odebrecht e OAS a um custo de 1 milhão de reais, segundo a denúncia do Ministério Público Federal.

A sentença de Gabriela contra Lula, que depois acabou anulada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), assim como outros casos contra o petista na Lava Jato do Paraná, foi alvo de polêmica pelo fato de a juíza substituta ter se valido de um “copia e cola” da sentença assinada por Moro no caso do tríplex do Guarujá. Em trechos do documento, Gabriela Hardt chegou a trocar “sítio” por “apartamento”. A magistrada substituta admitiu ter usado a sentença de Moro como “modelo”.

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