Lula livre: “Agenda Bolsonaro tem que ser derrotada e fascismo sepultado”, avalia ex-governador
A saída de Lula (PT) da prisão, no entendimento do ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho, está devolvendo para boa parte da população brasileira um sentimento de esperança. Para Ricardo, que também é presidente da Fundação João Mangabeira (FJM) do Partido Socialista Brasileiro (PSB), o jogo político no país agora fica mais equilibrado e o “lavajatismo inconsequente e antinacional” sofre uma grande derrota.
“Acho que o Lula sai bem maior do que entrou. Se ele no momento da prisão dividia o país, quando existia todo um processo de condenação, não pela Justiça e sim pela opinião pública, acho que ele sai com a condição de influenciar profundamente, não apenas o processo brasileiro, mas o processo de neoliberalismo em nível mundial”, avalia Ricardo.
“Lula se agigantou durante esses 580 dias que passou preso através de um processo completamente forjado, manipulado e que demonstrou apenas a partidarização de uma parte do Judiciário e do Ministério Público”, aponta Ricardo Coutinho, acrescentando: “O Lula foi preso para que o Bolsonaro ganhasse as eleições e implementasse a agenda que ele está executando: reforma trabalhista, reforma previdenciária, financeirização cada vez maior do sistema, destruição do estado e destruição total da soberania nacional. A prisão do Lula foi para isso. E a saída do Lula hoje me parece que devolve a uma grande parcela da população brasileira um sentimento que há muito eu não via. As pessoas estão felizes, esperançadas e esperançosas”.
De acordo com o ex-governador, neste momento cabe ao ex-presidente Lula entender a importância do momento. “É fundamental que se pense não apenas na eleição de A, B ou C, mas que se pense que a ‘Agenda Bolsonaro’ tem que ser derrotada. O fascismo que está aí presente até nas relações interpessoais tem que ser sepultado, superado. E Lula é o maior líder que este país tem, num momento que o país não tem mais um outro grande líder na estatura do Lula”.
“Penso que o jogo fica mais equilibrado. Os absurdos ainda continuarão, mas foi uma grande derrota para aqueles que se alimentam do lavajatismo inconsciente e antinacional que pairou e, infelizmente, ainda paira em alguns recantos dentro do Brasil e da América do Sul. Pra mim é fundamental enfrentar tudo isso e apresentar um projeto para este país. Um projeto de união nacional e de unidade popular, de combate contra esta mazela que infelizmente destruiu grande parte das conquistas que o nosso povo teve e das outras que poderia ter tido ou de outras num futuro próximo”, completa Ricardo.
Papel do PSB
Dentro deste novo panorama político após a soltura do ex-presidente Lula, o PSB, de acordo com Ricardo Coutinho, já está atento a todo o processo que vem ocorrendo no país. “Nós estamos fazendo uma corajosa autorreforma. Queremos rediscutir os parâmetros da própria política, em torno do socialismo, em torno de uma generosidade e fraternidade entre as pessoas, mas apontando e reconhecendo o mundo que mudou muito nas últimas décadas. Existe uma grande mudança no mundo. Não adianta você dialogar com o mundo que ficou para trás, o mundo que não existe mais”.
Na avaliação do ex-governador, até a classe trabalhadora não é mais aquela classe trabalhadora que se falava antigamente. “É preciso compreender isso e se apropriar de instrumentos e de processos que podem recuperar nas pessoas essa generosidade típica de um projeto socialista. E acho que o PSB tem que estar dentro dessa lógica. Construir conjuntamente, sem exclusivismo, sem querer ser mais do que os outros. Porque a conjuntura, na verdade, não permite isso absolutamente a ninguém, a nenhum partido”.
Diário da Paraíba
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