Ministério da Economia libera R$ 38,5 milhões para Defesa combater fogo na Amazônia
Diante da crise internacional com as queimadas na Amazônia, o Ministério da Economia aprovou na noite deste sábado a liberação de R$ 38,5 milhões para o Ministério da Defesa . O descontingenciamento havia sido pedido pela Defesa na sexta-feira. Segundo a pasta da Economia, a liberação será imediata, “procurando atender de forma emergencial” o pleito da Defesa.
“Esse valor será liberado ao Ministério da Defesa, conforme compromisso assumido pela Economia. Importante ressaltar que esse Ministério está acompanhando a evolução do tema e tomará as providências necessárias, em conjunto com a Defesa, para atender plenamente o comando presidencial”, disse o ministério da Economia, citando decreto presidencial de sexta-feira que autorizou o emprego das Forças Armadas para realizar a Garantia da Lei e da Ordem (GLO) na Amazônia, nolevantamento e combate a focos de incêndio .
Na tarde deste sábado, o ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva , havia afirmado que havia um “combinado” para que o Ministério da Economia desbloqueasse R$ 28 milhões previstos no orçamento deste ano para o emprego das operações de GLO. Mas ele acrescentou, em entrevista a jornalistas, que “só acredito quando abrir o cofre e ver.”
Análise: Acordo entre Mercosul e UE, celebrado após 20 anos de negociação, pode ‘terminar em chamas’.
Segundo a pasta comandada por Paulo Guedes , o montante se refere ao valor contingenciado da ação de GLO, cuja dotação aprovada é de R$ 47,5 milhões cujo valor empenhado até agora somou apenas R$ 7,1 milhões.
Após reações internas e externas, com ameaça de boicote ao acordo entre Mercosul e União Europeia que está em construção, o governo brasileiro anunciou neste sábado as primeiras medidas efetivas para combater os focos de incêndio que consomem a Floresta Amazônica. Duas aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), com capacidade para transportar 12 mil litros de uma mistura de água e um produto químico que reduz as chamas, foram acionadas.
Além da ameaça de alguns países de não assinar o acordo UE-Mercosul, analistas e produtores nacionais já temem que produtos brasileiros sejamalvo de boicote por empresas e consumidores estrangeiros.
Em entrevista ao GLOBO, o diplomata e ex-ministro da Fazenda Rubens Ricupero avaliou que a imagem do Brasil no exterior nunca esteve tão abalada como na crise desencadeada pelas queimadas na Amazônia.
Além de Exército, Marinha e Aeronáutica, 30 bombeiros da Força Nacional de Segurança irão hoje de Brasília para Porto Velho para participar da operação. As Forças Armadas têm um contingente de 43 mil homens na Amazônia Legal e o governo informou que não serão enviadas tropas de outras regiões. Estão previstas operações em seis estados.
O Globo