Nos Estados Unidos, 26% dos adultos consomem notícias no YouTube
Parece que o consumo de notícias está mudando cada vez mais, já que 26% dos adultos norte-americanos utilizam o YouTube como fonte principal de informação. Isso é o que mostra uma pesquisa do Pew Research Center, que entrevistou 12.638 pessoas. Ainda de acordo com o relatório, 23% delas preferem vídeos postados por companhias especializadas e 23% priorizam canais independentes. Além disso, os autores afirmam que empresas estabelecidas do ramo já não têm mais controle sobre aquilo que será visualizado.
Tanto mídias tradicionais quanto veículos nativamente digitais, a exemplo do New York Times e do BuzzFeed, respectivamente, são classificados como “organizações de notícias externas”; já celebridades e youtubers, que construíram sua base de seguidores quase que inteiramente na plataforma da Google, representam o bloco independente (30%). Mesmo sugerindo o surgimento de uma modalidade próspera de divulgação, algumas preocupações foram levantadas quanto ao comportamento.
A pesquisa mostra que veículos independentes são mais propensos a se concentrar em teorias da conspiração relacionadas a diversos assuntos: de 3 mil vídeos analisados nos 100 principais canais de notícias do YouTube em novembro e dezembro de 2019, 4% envolviam algo do tipo; entre os independentes, 14% dos vídeos foram principalmente dedicados ao tema e 21% fizeram algum apontamento sobre o assunto. Apenas 2% dos vídeos de organizações de notícias tradicionais o mencionaram. Entretanto, a questão não para por aí.
Segundo o levantamento, 37% dos vídeos de canais independentes tendem a expor as discussões com lentes negativas, que pareceram gerar mais visualizações. Apenas 17% das organizações apresentaram tal viés.
Problemas e vantagens
Ainda que o YouTube, nos últimos anos, tenha tomado medidas para derrubar conteúdos problemáticos que violem suas políticas de uso, especialistas alertam que ações mais pesadas são necessárias, mas a tarefa não é exatamente simples. Republicanos e independentes com tendências republicanas tendem a acreditar que a censura e as questões políticas são problemas maiores na plataforma do que os democratas, o que gera uma divisão quanto ao que deve ser feito.
De qualquer modo, o público comum considera o acesso a fontes fora do mainstream e a variedade de opiniões disponíveis grandes vantagens, sendo que poucas pessoas citaram o assédio e a falta de civilidade como preocupações. Menos de 30% acham que têm “grandes” problemas com as notícias que recebem do site.
Diário da Paraíba com TecMundo