ONU fala em “tragédia” na Ucrânia e rechaça uso de força nuclear

Durante a sessão emergencial da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), a Rússia foi alvo de severas críticas por ter invadido a Ucrânia e promovido uma série de bombardeios nos últimos cinco dias.

Líderes estão reunidos no início da tarde desta segunda-feira (28/2) na sede da ONU, em Nova York. O entendimento dos chefes da entidade é de que o conflito fere a lei internacional.

Abdulla Shahid, presidente da Assembleia Geral da ONU, defendeu um cessar-fogo imediato. “Temos que parar a guerra imediatamente”, frisou. Segundo ele, a negociação de um cessar-fogo é “uma janela de diálogo, uma sombra de esperança”.

“Temos que dar uma oportunidade para a paz. Armas são melhores quando não são usadas”, discursou Shahid.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, lamentou o momento que a Ucrânia tem vivido, com civis como alvos. “Essa situação é completamente inaceitável. Os soldados devem sair das trincheiras e os líderes buscarem a paz”, defendeu.

Ele acrescentou: “Estamos encarando na Ucrânia uma tragédia. Colocar forças nucleares é repugnante. Nada deve justifica um conflito nuclear”, condenou. Guterres agradeceu os países que acolheram refugiados.

Guterres pediu moderação e defendeu que a reunião entre Ucrânia e Rússia se transforme em um efetivo fim da guerra. “Espero que se construa uma solução diplomática”, afirmou.

sessão emergencial foi aprovada pelo Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). A movimentação político-diplomática é uma represália após uma resolução que exigia a retirada imediata das tropas russas do território ucraniano ser vetada por causa de somente um voto contra que veio justamente da Rússia.

A Assembleia Geral das Nações Unidas conta com 193 membros e não existe direito a veto.

A Rússia e a Ucrânia vivem um embate por causa da possível adesão ucraniana à Otan, entidade militar liderada pelos Estados Unidos. Na prática, Moscou vê a possível entrada do vizinho na organização como uma ameaça à sua segurança. Os laços entre Rússia, Belarus e Ucrânia existem desde antes da criação da União Soviética (1922-1991).

Metrópoles