Ricardo Salles é internado em hospital em Brasília
O ministro de Meio Ambiente Ricardo Salles está internado no Hospital das Forças Armadas (HFA) em Brasília. De acordo com relatório médico divulgado na manhã desta quarta-feira, 28, Salles deu entrada no local na noite de terça com quadro de mal-estar. Ainda segundo o boletim, seu quadro é estável e não teve intercorrências clínicas durante a noite.
O boletim, divulgado pela assessoria de imprensa do ministério, também informa que Salles não apresentava sintomas no momento quando foi admitido na Unidade de Emergência do hospital mas, mesmo assim, “a equipe assistente optou pela internação hospitalar para a realização de exames de rotina”. Um novo boletim é previsto para as 16h.
O presidente Jair Bolsonaro (PSL), ao ser questionado sobre a internação na saída do encontro com presidente chileno Sebastian Piñera, demonstrou surpresa. Depois, afirmou que está em contato com o ministro. “Ele está bastante jovem, sei que isso não tem idade, mas ele não está na pilha de nervos nessa situação, tá muito bem, estamos conversando, é uma pessoa excepcional”, disse.
Salles assinaria nesta quarta-feira o Acordo do Cooperação Técnica de Combate ao Lixo Marinho e de Proteção das Águas Jurisdicionais Brasileiras com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e a procuradora-geral da República, Raquel Dodge. Previsto para acontecer às 9h, o encontro foi cancelado devido à internação.
O ministro está no foco da crise ambiental do governo Bolsonaro, enfatizada por estudos que revelaram que as queimadas na Amazônia ocasionadas pelo desmatamento cresceram em relação aos anos anteriores. De acordo com o Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia, até 14 de agosto, foram registrados 32.728 focos de calor, número 60% superior à média dos três anos anteriores para o mesmo período.
Além da crise interna, Salles também enfrenta a pressão externa de líderes mundiais. Após a cúpula do G7 oferecer 20 milhões de euros para o Brasil para combater às queimadas, o ministro afirmou que o dinheiro seria “bem-vindo“. Contudo, o Planalto declarou que rejeitaria a ajuda financeira. Bolsonaro disse que o presidente francês Emmanuel Macron teria que “retirar insultos” contra ele antes de aceitar a quantia.
Protestos ocorreram na última semana nas principais capitais do país e em embaixadas brasileiras em defesa da Amazônia. Durantes os atos, manifestantes gritavam palavras de ordem contra o ministro e a hashtag “Fora Salles” repercutiu nas redes sociais. Integrantes do Novo — partido que Salles é filiado — pediram a suspensão do nome do ministro do quadro de filiados da sigla por sua “postura inadequada”.
Diario da Paraiba com Veja