Salários de assessores da família Bolsonaro oscilavam com frequência
A distribuição de salários nos gabinetes da família Bolsonaro segue uma lógica peculiar. No levantamento feito por ÉPOCA sobre todos os 286 assessores parlamentares da família Bolsonaro desde 1991 há uma incomum oscilação de cargos salários. Entre os funcionários do clã, ao menos 61 tiveram vencimentos reduzidos repentinamente, em alguns casos para menos da metade do valor anterior, em razão da troca de cargos.
Nathália Queiroz, filha de Fabrício Queiroz, é um exemplo dessa prática nos gabinetes da família Bolsonaro. Ela atuou na Alerj entre 2007 e 2016. Em abril de 2011, o salário da assessora parlamentar reduziu-se em 53%, quando passou de R$ 4.729,97 para R$ 2.195,60, vencimentos em outro cargo. Quatro meses depois, em agosto do mesmo ano, trocou mais uma vez de função e sua remuneração triplicou, para R$ 7.684,74 mensais.
Há também o caso de Miqueline Sousa Matheus, nomeada para o gabinete do então deputado federal Jair Bolsonaro, em 2005. Miqueline é mulher do assessor especial da presidência Wolmar Villar Júnior. Ela sempre ocupou altos cargos como secretária parlamentar. Em 2011, chegou a receber R$ 8.040. Dois anos depois, foi alocada nos menores cargos do legislativo, e viu sua remuneração despencar 86%, de R$ 6.470 para R$ 845 mensais, o menor salário de cargo de confiança da Casa. Foi exonerada em dezembro de 2018, recebendo R$ 3,4 mil.
Quedas salariais abruptas sempre ocorreram no gabinete de Jair Bolsonaro. Em 2001, Maria das Dores Leite Pereira viu, em três meses, seu salário ir de R$ 2 mil, naquela época, para R$ 365, por exemplo. Pereira foi exonerada em 2011.
Revista Veja