Trump lamenta decisão da Suprema Corte que protege imigrantes
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, considerou “horrível” a decisão da Suprema Corte, que nesta quinta-feira (18) impediu o fim do programa de Ação Diferida para Chegadas na Infância (Daca), que protege da deportação pessoas que chegaram ilegalmente ao país quando crianças, conhecidas como “sonhadores”.
Ao criticar a decisão, Trump pediu votos para as eleições presidenciais de novembro, de modo que futuramente possa indicar mais juízes para o tribunal.
“Estas decisões horríveis e com carga política que saem da Suprema Corte são como tiros de espingarda na cara de pessoas que se orgulham de ser republicanas ou conservadoras”, escreveu Trump no Twitter, uma hora após o tribunal anunciar que mantém a proteção aos “sonhadores”.
Trump aparentemente se referia tanto à decisão sobre o programa que protege os “sonhadores”, conhecido como Daca, como a outra decisão emitida pela Suprema Corte na segunda-feira passada que protege as pessoas LGBT contra a discriminação no local de trabalho.
“Precisamos de mais juízes na Suprema Corte ou perderemos a nossa Segunda Emenda (que garante o direito de portar armas) e todo o resto. Votem a favor de Trump em 2020”, acrescentou.
Em outra mensagem, Trump perguntou aos seguidores: “Vocês têm a impresão de que a Suprema Corte não gosta de mim?”, questionou.
Proteção aos imigrantes
A nova sentença foi apertada, com cinco votos a favor e quatro contra. O Supremo concluiu que Trump não seguiu os mecanismos estabelecidos na lei quando interrompeu o Daca em 2017. O programa foi criado em 2012, pelo ex-presidente Barack Obama, e permitiu que milhares de indocumentados trabalhassem e estudassem.
A corte não chegou a avaliar a legalidade do Daca, mas rejeitou “o procedimento” utilizado pelo governo Trump para encerrar o programa, e deixou claro que a Casa Branca pode tentar encerrar novamente o programa se desejar, mas é provável que tenha dificuldade em fazê-lo antes das eleições de novembro.
Embora Trump tenha anunciado que o Daca seria interrompido em 2017, decisões de juízes federais o forçaram a continuar a renovar as autorizações dos jovens indocumentados que já eram beneficiários do programa naquela altura e que, sob a medida, tinham de atualizar os dados de dois em dois anos.
Em janeiro, cerca de 650 mil “sonhadores” que chegaram aos EUA antes de 2007, a maioria com os pais, ainda possuíam a licença para viver fora das sombras, ao contrário dos outros 11 milhões de imigrantes indocumentados que residem nos Estados Unidos.
Diário da Paraíba com R7