UE não entra em acordo sobre plano de recuperação pós-covid-19

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) não conseguiram, nesta sexta-feira (19), chegar a um acordo sobre o plano de recuperação econômica após a pandemia da covid-19 em seu primeiro debate sobre o assunto, um resultado esperado, mas que exige a realização de uma segunda cúpula em meados de julho, em Bruxelas, para novas negociações.

“Congratulo-me com a disposição (dos países da UE) de se comprometerem. Estou totalmente comprometido em iniciar imediatamente as negociações genuínas com os Estados-Membros e aguardo com expectativa uma cúpula física em meados de julho em Bruxelas”, disse o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, após uma teleconferência dos líderes da UE que durou apenas quatro horas.

Ele recordou que a reunião de hoje foi uma “primeira oportunidade de negociação” e afirmou que serviu para “observar que há um consenso emergente, o que é muito positivo”, mas ao mesmo tempo pediu “que não subestime as dificuldades”, pois existem diferentes pontos de vista sobre certas questões, portanto a negociação terá que continuar.

Na mesa de negociação está a proposta da Comissão Europeia (CE) de um plano bilionário de recuperação de relançamento da economia que possui dois elementos-chave: um fundo de recuperação com 750 bilhões de euros financiado com a emissão de dívida comum e um Orçamento comunitário para o período 2021-2027 de 1,1 bilhão de euros.

“O primeiro debate foi muito positivo”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, garantindo que os líderes concordem com a necessidade de uma resposta ambiciosa, “combinando solidariedade, investimento e reformas”, e muitos enfatizaram que “tudo deve ser feito para chegar a um acordo antes das férias de verão (europeu)”.

No entanto, o presidente da Comissão reconheceu que também existem diferenças em questões como o tamanho geral do orçamento futuro, o saldo entre empréstimos e doações do fundo de recuperação, novos recursos, critérios para alocar dinheiro do fundo e descontos no orçamento.

Na mesma linha, Michel acrescentou à lista de dificuldades as condições para o desembolso da ajuda, mas observou que a reunião também serviu para confirmar que todos os países concordam que é necessária “uma resposta excepcional”, focada nos setores e regiões mais afetadas pela crise.

 

Diário da Paraíba com R7