Vereador lembra de 81 “vaciladas” de Bolsonaro em menos de dez meses de governo
O vereador Marcos Henriques (PT) usou a tribuna da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), na sessão ordinária desta quinta-feira (5), para comentar sobre os quase nove meses de gestão do atual presidente Jair Bolsonaro (PSL). De acordo com ele, o governo federal já cometeu 81 “vaciladas” nesse período, o que corresponde a uma média de um desmando a cada dez dias.
“O presidente Jair Bolsonaro agrediu o primeiro ministro da França, Emmanuel Macron, e sua esposa, Brigitte Macron, chamando-o de franga e ela de dragão. Esse presidente fala o que quer, sempre de maneira irresponsável. Agora ataca o pai da ex-presidente do Chile, Michelle Bachelete, lembrando da morte dele. Isso é muito ruim, tenciona nosso país com o mundo e chega a diminuir a nossa balança comercial, que era de R$ 113 bilhões e caiu para R$ 111 bilhões. Já perdemos R$ 2 bilhões em menos de um ano. Este governo vai afundar nosso país”, comentou o vereador.
Marcos Henriques elencou algumas ações e atitudes de membros do governo federal que considerou “vaciladas, por não encontrar termo melhor”. Entre o que avaliou como “vaciladas”, o vereador destacou: a mulher de ministro das Relações Exteriores pegou carona em avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para passar férias em Paris, na França; o ministro da Educação, Abraham Weintraub, escreveu duas vezes a palavra “paralisação” usando a letra “z” em ofício endereçado ao ministro da Economia, Paulo Guedes, além de chamar Macron de cretino em sua conta oficial no Twitter; o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente e postulante ao cargo de embaixador nos Estados Unidos, em seu Twitter, chamou Macron de idiota; o Ministério da Educação (MEC) fez novos cortes e não irá financiar nenhum novo pesquisador este ano.
“Acho que essa família e este governo sentem prazer em agredir as nações. Cada dia fico mais indignado com os desmandos deste governo federal, que nos envergonha diante das outras nações. São R$ 926 milhões cortados da educação para pagar emendas de parlamentares que votaram a favor da reforma da Previdência. As universidades vão passar por momentos de recessão, não haverá dinheiro nem para pagar a água”, ressaltou.
O vereador ressaltou que o presidente Jair Bolsonaro chamou de “herói nacional” o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, que chefiou o Departamento de Operações de Informações (DOI-Codi) em São Paulo e ficou conhecido como um dos maiores torturadores da ditadura brasileira.
O parlamentar ainda destacou que, após se desentender com o presidente da República, o diretor do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inep), Ricardo Magnus Osório Galvão, foi exonerado. Bolsonaro acusou o Inep de mentir sobre dados do desmatamento e agir a serviço de alguma organização não governamental.
“Ele exonerou uma das maiores autoridades na área. Os dados apresentados pelo Inpe são verdadeiros. Esse presidente defende a ação de grileiros e latifundiários que vão devastar nossa Amazônia, que, em seu dia, não tem nada a celebrar. Ele nega o aquecimento global e diz que ecologia é coisa de vegano, que só come mato. Ainda disse que o programa ‘Mais Médicos’, que atendeu a milhões de pessoas em nosso país, era um grupo de guerrilha. Tudo na visão desse governo que pratica uma política de exclusão social”, lamentou.
Diário da Paraíba com Secom-CMJP